O Cerrado detém 5% da biodiversidade do planeta,
sendo considerado a savana mais rica do mundo, porém um dos biomas brasileiros
mais ameaçados. Considerando a área original de 204 milhões de hectares, o
bioma já perdeu, até 2008, 47,84% de sua
cobertura de vegetação.
Do total de carvão vegetal produzido no Brasil em
2005, 49,6% foram oriundos da vegetação nativa ( AMS, 2007). Ademais, 54
milhões de hectares são ocupados por pastagens cultivadas e 21,56 milhões de
hectares por culturas agrícolas.
Para fazer frente a esse problema, o MMA lançou
em setembro de 2009 a versão para consulta pública do Plano de Ação para
Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado – PPCerrado.
Durante a 15ª Conferência das Partes (15ª COP) da
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em
dezembro de 2009, o governo brasileiro apresentou os compromissos nacionais
voluntários de redução em pelo menos 40% as emissões provenientes do
desmatamento do Cerrado.
Em abril de 2010, começou a elaboração dos planos
setoriais vinculados aos compromissos nacionais voluntários. Ao PPCerrado foi
atribuída a tarefa de tratar das ações do governo que levarão a redução de 40%
do desmatamento do Bioma até 2020.
Os demais planos setoriais ancorados na Política
Nacional sobre Mudança do Clima, como o da Agropecuária e o da Siderurgia (a
carvão vegetal), têm ampla complementaridade e integração com o PPCerrado, uma
vez que é nesse Bioma em que se inserem algumas atividades desses setores.
Por exemplo, no Plano Setorial da Agricultura,
haverá ações destinadas à recuperação de pastagens degradadas, adoção do
sistema de integração lavoura-pecuária-floresta, ampliação do sistema de
plantio direto e do uso de fixação biológica de nitrogênio e aumento da área de
florestas plantadas.
Quanto ao plano setorial da siderurgia, espera-se
a realização de iniciativas voltadas para o suprimento das indústrias por
fontes não-dependentes da supressão da vegetação nativa , bem como para o
aumento da eficiência energítica.
Para cada período de planejamento, o Plano
indicará áreas prioritárias de intervenção. Por exemplo, no primeiro momento
são consideradas prioridades as que detêm mais remanescentes de vegetação
nativa e estão sofrendo elevada pressão antrópica. Ao mesmo tempo, são
prioritárias as áreas de importância para a biodiversidade e as de alta
relevância para conservação dos recursos hídricos, principalmente as nascentes
das principais bacias hidrográficas.
Atividades de prevenção e combate aos incêndios
florestais e uso controlado do fogo fazem parte da estratégia apresentada pelo cerrado.
Além das ações de governo, será de suma
importância que outros segmentos se engajem nas ações de proteção ao bioma, em
particular, o setor empresarial do agronegócio e a agricultura familiar. Espera-se
que o Plano seja um instrumento para atraí-los e, em conjunto, construir em uma
agenda que concilie conservação e desenvolvimento sustentável.
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