segunda-feira, 5 de maio de 2014

Plano setorial de redução de emissões da siderurgia (em fase de elaboração)

Metodologia adotada

Em 2008, motivado pelas discussões do tema na Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) no âmbito do Fórum de Competitividade da Indústria Siderúrgica, o MDIC contratou o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) para conduzir estudo com o objetivo de colher subsídios, junto à academia e ao setor privado, para elaboração de políticas públicas de incentivo a utilização do carvão vegetal sustentável, oriundo de florestas plantadas, para uso na siderurgia, visando: (i) promover a redução de emissões; (ii) evitar o desmatamento de floresta nativa; e (iii) incrementar a competitividade brasileira da indústria de ferro e aço no contexto da economia de baixo carbono.
O Estudo traçou um cenário de baixas emissões para a produção de ferro-gusa com carvão vegetal renovável em 2020 considerando ações para a substituição da matéria-prima originária de floresta nativa por floresta plantada e para melhoria do processo de conversão da madeira em carvão vegetal, com destaque para a questão ambiental relativa ao controle das emissões de metano do processo de carbonização.
A figura abaixo retrata os cenários projetados pelo estudo: cenário de base (BAU), sem intervenção política, baseado na extrapolação linear das tendências históricas de crescimento de emissões; cenário de intervenção 1, com ações para substituir madeira de floresta nativa por floresta plantada; cenário de intervenção 2, com ações para controle das emissões de metano no processo de carbonização; e cenário de intervenção 3, que combina as ações para expansão das florestas plantadas com ações para melhoria do processo de carbonização.







Essas estimativas formaram a base para o estabelecimento do compromisso voluntário de redução de emissões. Elegeu-se o cenário de intervenção 3 como cenário-alvo para elaboração das políticas de redução de emissões para o setor. Considerando as restrições impostas pelos requisitos de mensuração, reportabilidade e verificabilidade (MRV) das reduções de emissões, adotou-se como meta estimativa mais conservadora, no intervalo de 8 a 10 milhões de toneladas de CO2eq, consignada no Acordo de Copenhague.
Para atingir essa meta, o estudo identificou a necessidade de criar um estoque florestal adicional de cerca de 2 milhões de hectares até 2020 para suprimento da indústria siderúrgica e de aumentar a eficiência do processo de carbonização da madeira como base da estratégia para aprimorar a sustentabilidade ambiental, econômica e social da produção de carvão vegetal.

Ações previstas

O Plano Setorial objetiva promover conjunto ações que induzam a transição da situação atual para o cenário de baixas emissões. O plano tem dois pilares fundamentais: expansão do estoque de florestas plantadas e melhoria da eficiência e da qualidade ambiental do processo de carbonização.
A execução da meta de redução de emissões também mobilizará empreendedores privados em parcerias público-privadas para aproveitar a experiência do setor com a realização de projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. O acervo de metodologias aprovadas de projeto MDL, abrangendo desde o plantio de florestas energéticas para a siderurgia até a eliminação do metano no processo de carbonização, permitirá a realização das reduções de emissões de maneira a atender os critérios de mensurabilidade, reportabilidade e verificabilidade.
A tabela abaixo lista as metodologias aprovadas para projetos de MDL no setor:



As ações para indução da melhoria da eficiência e qualidade ambiental do processo de carbonização envolvem elaboração de normas técnicas e modernização da cadeia produtiva de carvão vegetal. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) instituiu, em 25 de agosto de 2010, a Comissão de Estudo Especial da Produção de Carvão Vegetal (ABNT-152) para discutir a elaboração de três normas técnicas para o setor estabelecendo critérios de qualidade para o processo, produto e pessoal empregado na atividade: boas práticas de produção de carvão vegetal para siderurgia, padrões mínimos de qualidade do carvão vegetal e perfil profissional e qualificação das pessoas que trabalham na atividade. A modernização da cadeia produtiva do carvão vegetal será estimulada mediante a implantação de projeto no âmbito do Programa Nacional de Encadeamentos Produtivos do SEBRAE, que visa à inserção competitiva das micro e pequenas empresas na cadeia de valor das grandes empresas do setor siderúrgico. O projeto fomentará os relacionamentos cooperativos entre produtores de carvão vegetal e indústria consumidora com a finalidade de adequar esses produtores aos requisitos de qualidade e sustentabilidade das indústrias siderúrgicas, combatendo a informalidade e melhorando a qualidade ambiental do setor como um todo.

Responsabilidades e governança

A execução do plano setorial será descentralizada e envolverá conjunto diversificado de atores públicos e privados, sob a coordenação do MDIC e supervisão do Comitê Interministerial de Mudanças Climáticas (CIM).

Acompanhamento de resultados

O acompanhamento dos resultados das ações do plano será realizado no âmbito do Fórum de Competitividade da Indústria Siderúrgica, fórum que congrega representantes de todos os elos da cadeia produtiva do setor, ampliado com a participação de representantes do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas e demais instituições interessadas, de maneira a garantir a transparência e mais ampla participação da sociedade civil.

Cronograma de execução das ações do plano (2011-2020)


 CENÁRIO PARA A SIDERURGIA A CARVÃO VEGETAL





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